Liberdade é uma questão de responsabilidade
- Thais Polonio Ribeirinho
- 15 de ago. de 2017
- 2 min de leitura
"Liberdade implica responsabilidade. É por isso que tanta gente tem medo dela." Essa afirmação do escritor irlandês George Bernard Shaw vai contra a noção do senso comum, onde liberdade é normalmente relacionada a falta de responsabilidade. Mas ela tem razão em levantar uma importante questão: o comando de nossas vidas está nas mãos de quem? Não há como pensar em liberdade sem considerar que, para alcançá-la, não podemos estar sob influência de nada nem ninguém. Dessa forma, só nos resta concluir que devemos, nós mesmos, tomar as rédeas de nossas próprias vidas. No entanto, isso exige de nós algum desapego da necessidade de responsabilizar os outros pelos nossos problemas. Pais, condição de vida, condição física, escola… não são poucas as opções que temos pra colocar a culpa por tudo de ruim que nos tornamos. Mas de fato algumas pessoas têm a vida mais difícil que as outras em diversos aspectos e as condições para um desenvolvimento satisfatório podem ser mais ou menos facilitadas. Note que disse facilitada, pois nada pode ser determinado em nossa vida sem a nossa autorização!
Mas voltando à citação inicial, por que teríamos medo da liberdade (e da responsabilidade)? Devemos considerar que sempre que fazemos alguma coisa é visando algo de bom pra gente. Uma escolha errada significa na verdade (quase sempre de maneira inconsciente) uma escolha menos pior pra determinada situação em determinado contexto. Isso é uma excelente ferramenta para lidarmos com situações difíceis. O grande problema é que muitas vezes o contexto muda e nós não entendemos que a estratégia também deve mudar. É bastante comum encontrar pessoas que estão presas nessa condição de responsabilizar os outros por entender que essa é uma boa forma de se defender de ter que tomar alguma atitude. O principal problema envolvido nisso é que tomar conta da própria vida é uma ação que na maioria das vezes essas pessoas não se julgam capazes de executar. Libertar-nos das amarras que nos prendem na condição de vitima também é uma ruptura e pode se tornar uma tarefa bastante difícil.

A mensagem que trago é boa, por mais que possa parecer trágica: a responsabilidade é sua! Se você não se mexer, tudo continuará como está. Ou, visto de outra forma, com menos cobrança e mais oportunidade, você tem nas suas mãos a possibilidade de consertar a sua vida. Não é culpa sua, a culpa se refere ao que aconteceu no passado. Mas você tem a chance de andar pra lugares de menos sofrimento. Ficar como está ou mudar são escolhas, e ambas estão ao seu alcance. Algumas situações em nossas vidas são realmente devastadoras, mas devemos nos esforçar em aceitá-las como partes de nossa história para que possamos, finalmente, não sermos mais influenciados por elas. Quando cortamos as amarras, a manipulação acaba. Com algum esforço podemos conseguir a liberdade e mudar toda uma história de fracassos para então abrirmos caminho para a cura em nossas vidas. E lembre-se! Você não precisa caminhar sozinho nesse processo. Em caso de dificuldades procure um psicólogo!
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